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CLARICE LISPECTOR – CASA DA ESCRITORA DEVE SER RECUPERADA

Atualizado: 30 de nov. de 2020

Projeto da Fundação Joaquim Nabuco planeja investimento no sobrado onde morou um dos maiores nomes da literatura

Por Lucas Rigaud e Maria Laura Pires

Quem transita pela Praça Maciel Pinheiro, no bairro da Boa Vista, centro do Recife, deve perceber como o antigo sobrado onde a escritora ucraniana Clarice Lispector (1920 – 1977) passou boa parte da infância está em ruínas. Especula-se que a edificação de número 347, localizada na esquina da Travessa do Veras com a Rua do Aragão, tenha a idade estipulada em 150 a 180 anos, devido aos traços coloniais de sua arquitetura.


Foto: Maria Laura Pires, 2016


Desde a década de 1950 que o número 387, em frente a Praça Maciel Pinheiro, é propriedade da Santa Casa de Misericórdia. A casa está protegida legalmente por meio de um tombamento provisório realizado pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e em análise para o tombamento federal no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Porém, apesar de toda a sua importância, o imóvel encontra-se em um avançado estado de degradação, além de sofrer com o abandono.


Foto: Maria Laura Pires, 2016





Graças a uma proposta da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), a Casa de Clarice Lispector pode ganhar um projeto de recuperação com um orçamento de R$ 1,8 milhão. De acordo com uma publicação nas redes sociais da Fundaj, a Fundação está concorrendo aos recursos, para levar o projeto adiante, junto ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, no edital sobre o Fundo de Direitos Difusos.


A iniciativa da Santa Casa de Misericórdia, abraçada pela Fundaj, pretende revitalizar o espaço, transformando a estrutura no mais próximo de como era a edificação, na época em que Clarice residiu lá e, assim, criar o Centro Cultural Casa Clarice Lispector. A notícia vem como uma forma de comemorar o centenário da escritora. A Fundaj também está preparando, junto a Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco, uma solenidade para marcar os 100 anos de Clarice, no dia 10 de dezembro.


Foto: Maria Laura Pires, 2016


A reforma da casa de Clarice Lispector vai recuperar, ainda mais, as memórias do centro da cidade do Recife, além de ser um importante incentivo para a preservação do patrimônio histórico e uma apropriada homenagem a uma das maiores escritoras da terceira fase do modernismo brasileiro.


ATUALIZAÇÃO

Nesta última terça-feira (17) a Fundação Joaquim Nabuco venceu a primeira etapa do edital para o projeto de recuperação do imóvel onde residiu Clarice Lispector. Para dar início ao projeto e entregar o Centro Cultural Casa Clarice Lispector a cidade do Recife, a instituição, juntamente com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, segue concorrendo aos recursos no edital sobre o Fundo de Direitos Difusos, recursos voltados para, entre vários segmentos, a preservação do patrimônio histórico.


CIDADÃ PERNAMBUCANA

Nascida na Ucrânia, no dia 10 de dezembro de 1920, Chaya Pinkhasovna Lispector veio de uma família descendente de judeus, que teve de fugir das perseguições durante a Guerra Civil Russa. A família de Clarice se instalou no Recife em 1922, e a escritora morou dos 2 aos 14 anos na capital pernambucana. Em suas crônicas e contos, ela sempre exaltou a cidade que a acolheu, além de sempre se considerar pernambucana.


Em comemoração ao centenário de Clarice Lispector, a Alepe concedeu a ela o título honorífico de Cidadã Pernambucana, post mortem, por meio de uma proposição do Deputado Estadual Março Aurélio, sendo oficializado pela Fundaj.


Foto: Maria Laura Pires

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