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Edf. Cézanne: Conflitos de uso e reforma à vista?

Atualizado: 19 de ago.

O Edf. Cézanne, projeto do saudoso Acácio Gil Borsoi, datado de 1973, localizado no bairro de Boa Viagem, se destaca tanto por sua estética oriunda do Modernismo, como por ser um conjunto de uso misto. O prédio deve passar por reformas em breve, segundo comentário de uma das síndicas do condomínio.

Edf. Cézanne, situado na Av. Conselheiro Aguiar, bairro de Boa Viagem. Foto: Brenno Barbosa (2024)

Por ser de uso misto, agrega no mesmo local, os usos comercial e residencial. Este fato que por um lado torna o prédio diferenciado, por outro, gera atrito entre os dois usos, representados pelos moradores e pela galeria comercial.


Este atrito, por sua vez, parece ser uma das razões para a mencionada reforma, já que um dos seus objetivos conhecidos é "separar de vez as áreas residencial e comercial". De acordo com a síndica (da parcela residencial), a galeria mesmo inserida no conjunto, possui um síndico independente, o que segundo as regras do condomínio, não deveria ocorrer.


Edf. Cézanne, fachada da Av. Conselheiro Aguiar. Foto: Brenno Barbosa (2024)

Além disso, outros pontos de tensão entre as partes são o uso indevido de espaços destinados à área residencial por parte dos lojistas, e o fato da galeria não gerar receitas pro condomínio como um todo, pois suas lojas há muito foram vendidas à terceiros, não necessariamente inseridos no contexto condominial.


Av. Conselheiro Aguiar, onde o trânsito é intenso e com bastante movimento de pedestres. Foto: Brenno Barbosa (2024)

O prédio, presente no livro ''Prédios do Recife: Volume 2'', infelizmente encontra-se com a fachada bastante degradada. Uma lástima, tendo em vista quem o projetou, bem como o fato de ser registro de um momento marcante na arquitetura do Recife.



Maquete do Edf. na época da construção. (Fonte: https://acaciogilborsoi.com.br/)

Ainda de acordo com a síndica, houveram muitos projetos de reformas no edifício e para o restauro das fachadas, mas estes nunca saíram do papel. Resta saber se a reforma de agora visa também um amplo restauro do conjunto edificado, ou apenas resolver o conflito existente, separando de vez as duas parcelas da edificação.

Maquete da proposta de reforma (Divulgação)

Texto escrito pelo arquiteto Brenno Barbosa

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