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Foto do escritorPrédios do Recife

GILKA: UMA JÓIA MODERNA NA ZONA SUL

Atualizado: 29 de jun. de 2021

Edifício Gilka, em Boa Viagem, preserva suas características e surpreende por ter quase 70 anos de existência.


Por Lucas Rigaud e Maria Laura Pires

Edf. Gilka, em Boa Viagem, Foto: Lucas Rigaud (2021)

Edifício Gilka

Ano: 1953

Projeto: Hugo de Azevêdo Marques

Av. Conselheiro Aguiar, 2178 - Boa Viagem


Entre os diversos arranha-céus localizados no bairro de Boa Viagem, destaca-se o Edifício Gilka, um típico exemplar da arquitetura moderna na Avenida Conselheiro Aguiar de uso misto, comportando lojas e apartamentos residenciais.


Projetado pelo arquiteto Hugo de Azevedo Marques, o Gilka foi erguido no ano de 1953, possuindo 10 pavimentos de moradia e térreo destinados para o uso comercial. O edifício mantém diversos elementos correspondentes ao período de sua construção, tendo como destaque o revestimento externo de pedra no corredor das lojas e as colunas de sua fachada.


Em termos técnicos, o Edifício Gilka apresenta diversos elementos do vocabulário moderno, uma vez que muitos deles foram incorporados em sua edificação, para além dos cobogós e do teto-jardim, como as grandes janelas de canto, característica essa empreendida pelo famoso arquiteto norte-americano Frank Lloyd Wright desde o início do século XX, como na residência Ward Willitts (1900-1902), nos EUA.


Pilares em V. Foto: Lucas Rigaud (2021)

Outro elemento importante do Edifício Gilka é a configuração da planta, que se assemelha a um “V”, recebendo quatro apartamentos por andar, onde são vislumbrados grandes fossos cuja função principal era otimizar a ventilação dos quartos de serviço, uma solução considerada pouco comum na década de 50.


Fachada frontal do prédio. Foto: Lucas Rigaud (2021)

No Gilka, nota-se a separação das áreas de convívio social dos apartamentos, por meio de uma porta corrediça em madeira. Outro diferencial do prédio diz respeito à tentativa de trazer, para o interior de um apartamento, o terraço associado à sala de estar, o que é comum nas moradias unifamiliares. Essas varandas, que estão locadas especialmente nos apartamentos voltados para a Avenida Conselheiro Aguiar, não se configurava como um ambiente totalmente aberto ou exposto visualmente aos transeuntes, recebendo, como solução, um pano de cobogós em alvenaria, assim como uma grande janela em vidro.


O Edifício Gilka foi um dos diversos prédios do Recife a contar com o financiamento das Carteiras Prediais dos Institutos de Previdência da cidade, ficando sob a responsabilidade do Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comerciários (IAPC), em 1953.


Detalhe da fachada posterior. Foto: Lucas Rigaud (2021)
Comércio no térreo do Edf. Gilka. Foto: Lucas Rigaud (2021)

Atualmente, o Gilka segue firme e forte como um dos principais personagens da divisa entre os bairros de Boa Viagem e Pina, ocupando lojas, abrigando moradores e esbanjando todo o seu diferencial arquitetônico que, em 2023, completará 70 anos de existência.


Anúncio do Edf. Gilka em 1954. Fonte: Acervo Diário de Pernambuco

Referencias Bibliográficas:

CALIANE CHRISTINA OLIVEIRA DE ALMEIDA – Habitação Social no Nordeste: A Atuação dos CAPs e dos IAPs (1930-1964) – 2012





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