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O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM O EDIFÍCIO HOLIDAY?

Interditada desde março de 2019, construção histórica do bairro de Boa Viagem parece ter sido esquecida pela gestão municipal.



Construído no ano de 1957 para servir de estadia de veraneio para membros da alta classe social, que desejavam passar suas férias e feriados na badalada praia de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, o Edifício Holiday é referência na arquitetura da capital pernambucana, além de ter sido um dos principais cartões postais da cidade. Localizado no número 73 da Rua Salgueiro, a imensa estrutura de concreto de 17 andares, no formato meia lua, dispõe de 476 apartamentos atualmente desocupados pelos moradores, desde a interdição do prédio pela Prefeitura do Recife, em março de 2019.


Um ano e quatro meses depois do decreto que estabelecia a retirada de todos os moradores e comerciantes do entorno do Holiday, pouco se fala sobre o Edifício histórico, que, inclusive, já foi cenário da minissérie da Globo “Justiça”. De acordo com o ex-morador do local e comerciante Edmar Santos, que ainda trabalha nos arredores do Holiday, a Prefeitura do Recife não comunica sobre algum projeto de reforma ou retorno dos moradores do prédio há mais de um ano.


“Nada. A Prefeitura não diz nada sobre a gente voltar para o Holiday. O serviço de fiação podia ter sido feito com os moradores dentro de seus apartamentos.” Informou Edmar, que ainda diz que a estrutura do Holiday é forte e não corre riscos de desabamento: “Esses prédios novos no entorno correm mas risco de desabar do que o Holiday".


Edmar chegou a contar para o Prédios do Recife um pouco da história do Holiday. Confira, abaixo:


Recentemente, o estudante de Arquitetura Deivison Santos postou em suas redes sociais um registro da atual situação de abandono do Holiday, destacando metralhas, acúmulo de lixo e problemas de degradação na estrutura física do prédio. Deivison chama a atenção da Prefeitura do Recife para que haja uma maior atenção ao histórico prédio do bairro de Boa Viagem:

“Eu acompanho a situação desse edifício há muito tempo, pois eu sou estudante de Arquitetura, me formo agora final do ano, e essa preocupação sempre foi muito presente nos nossos dias.”

Deivison também fala a respeito da importância do Edifício Holiday para o desenvolvimento do bairro de Boa Viagem, destacando também quais podem ser os verdadeiros interessantes da Prefeitura do Recife para o futuro da construção:

“O Edifício Holiday tem uma história importantíssima para o bairro, além de ser um ponto de referência muito relevante. O desenvolvido de Boa Viagem partiu da construção do Holiday, trazendo vitalidade e diversificando os tipos de moradores que habitam a região. Eu acredito que essa imagem não pode ser perdida, pois além da arquitetura que é um ícone vivo no estado, eu vejo o Holiday como um IEP (Imóvel Especial de Preservação) mesmo que ele não seja caracterizado legalmente como.”

“Hoje eu vejo que o interesse da Prefeitura de fato não é ajudar os moradores, até porque a população de Boa Viagem critica bastante essa “favela verticalizada” que tem no bairro com m2 mais caro de PE. Acredito sim que tenha interesse do poder privado na aquisição dessa área, mas não para requalificar e sim demolir e modernizar tudo, como sempre é feito em locais históricos devido ao poder público acabar “facilitando” esses processos.”

Perguntado sobre a possibilidade de denunciar a possível situação de abandono do Holiday a um órgão maior, como o Ministério Público de Pernambuco, Deivison responde:

“Nunca pensei nessa possibilidade, pois tanto quanto eu como os próprios moradores do Holiday esperamos que a Prefeitura do Recife se manifeste e faça algo para ajudar a população que reside no edifício.”.

De fato, não temos respostas da Defesa Civil ou Secretaria de Infraestrutura municipal sobre um início de realização de obras de requalificação do Edifício, o que pode se tornar mais um capítulo da eterna saga dos equipamentos da Prefeitura abandonados com o tempo, como as obras do Teatro do Parque que, após 10 anos, pode finalmente sair do papel em 2021. Mas, será que o deteriorado e esquecido Holiday vai suportar uma década inteira de promessas não cumpridas ou a poder público municipal vai jogar mais uma edificação histórica da cidade para a iniciativa privada?


A Prefeitura do Recife deve explicações para o desfecho dessa história.


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